quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Anos 80 do Dj Douglas Smurfy


Douglas Smurfy, nascido no início da década de 80, mais precisamente em 1981, é Dj e professor de sociologia.

Na conclusão de minha graduação de Ciências Sociais a monografia não poderia ser outro tema senão: “Rock brasileiro dos anos 80 como forma de protesto”; eu sempre persegui os anos 80, vejo que hoje ele me persegue.
Fui criado dentro de uma casa onde se ouvia muita música, principalmente os vinis de  trilhas sonoras de novela, discos do momento, e muita rádio FM.
Como não havia computador popular e celular, as crianças do período, ficavam muito ligados aos Atari, programas televisivo e rádio. Hoje essas tecnologias são divididas com outras tantas.
Acontece que isso tudo estava inserido no conhecido “rock nacional 80’s”, as trilhas sonoras das novelas eram 100% rock, os discos rodavam o frescor das bandas e as rádios tocavam maciçamente cada uma delas. Cresci ouvindo muito todas elas, foram minha referencia na infância, adolescência e vida adulta.
Aos 6 anos eu fui ao meu primeiro show de Rock, era nada mais nada menos que o grande fenômeno do período, o RPM, no estádio Rio Pretão. Algo ali estava acontecendo, muita correria e gritos histéricos, era como se os Brasileiros tivessem agora seus próprios Beatles.
Ultraje à Rigor era abertura de novela, assim como Magazine, Baby Consuelo, Rita Lee, Metrô....  dentro da trilha sonora destas novelas, encontrava-se Cascavelletes, Legião Urbana, Marina, Kiko Zambianck, Ritchie, Paralamas do Sucesso, Blitz, Cazuza, Leo Jaime, Barão Vermelho, Eduardo Dusek, Lobão....
Saber cantar Faroeste Caboclo do Legião Urbana, no final da década, para uma criança como eu, era o máximo; fazia os amiguinhos me ouvirem cantar até o final.
 Neste mesmo ano de 1989, faleceu Raul Seixas, todas as crianças sabiam quem ele era, pois as rádios estavam tocando muito Cowboy fora da Lei. Eu fiquei em choque, não sabia a dimensão que isto teria em minha vida, parecia que as coisas estavam ficando mal; eu estava tendo meu primeiro contato com o sentimento de “perder um ídolo”, mesmo que não fosse tão meu ídolo, mas eram as músicas que eu estava cantando e  discos que estava comprando. Em seguida o Brasil perdeu Cazuza, acompanhei pela televisão o noticiário durante o dia inteiro. Poxa, com apenas 9 anos vendo todos aqueles caras, que eu ouvia, partindo?! Imagina as crianças de hoje quando morrem seus ídolos teens... era igual, eram meus ídolos.
Renato Russo foi diferente, eu tinha 15 anos, eu era um veterano de músicas anos 80, e o Legião Urbana sempre foi o carro chefe; tive então a primeira experiência pós morte de um ídolo, todo mundo gostando daquilo que você ouvia e não tinha ninguém de sua idade  pra compartilhar, agora todos resolvem gostar, então você pensa - “que merda”- os mais puritanos que gostavam de rock preferem renegar estas bandas cultuadas. Hoje grande parte dos rockers falam “Gostar de Legião é isto e aquilo” virou cult as críticas à banda, assim como criticar Capital Inicial e Titãs. Falar mal é interessante pra uma grande parte de pessoas que não tiveram contato naquele período com estas bandas.
Legião Urbana tem uma obra prima gravada que deveria ser melhor aproveitada, assim como 100% das bandas, a qualidade estava presente!!
Havia no mínimo 30 bandas com sucessos, dividindo espaço, era muita coisa tocando nas rádios.
Esta onda toda expande pra outros meios como programas de televisão, teatro, cinema, tudo buscava o alternativo, programas como: “Armação Ilimitada” “TV Pirata” “Viva a Noite” “Flávio Cavalcante” “Perdidos na Noite” e tantos outros são exemplos de experimentações na televisão.
Hoje sou Dj de 3 festas e todas sempre com gancho nos anos 80, a Smurfy 80’s, que toca músicas divertidas com apelo comercial da época, alguns chamam de “trash”.
A Lust Gothic Party que é a única festa Gótica permanente na região de Rio Preto, onde o som vai do New Wave ao Black Metal.
E a Rock on the Top que vai na busca dos clássicos de diversas décadas.

E viva os anos 80!!


Sugestão de músicas:
                    Like a Lovers - Renato Russo Duetos - Fernanda Takai e Renato Russo
                O Bêbado e a Equilibrista – Essa Mulher (1979) - Elis Regina
                O Mundo é um Moinho – Preciso dizer que te amo: toda a paixão do poeta (2002) - Cazuza
                     Malandragem da um Tempo – Álbum (1996) -  Barão Vermelho


por Dj Douglas Smurfy



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